domingo, 16 de maio de 2010


Como surgiu a ideia do reino já cheguei?
Na verdade a criação deste Reino foi sendo gradual… tudo começou com dois DVD’s feitos e editados por mim e pelo meu marido. Um, quando estávamos grávidos do Tiago («Estou a Chegar!») e mais tarde com um outro chamado «Já Cheguei!» que fazem a reportagem da gravidez e dos dois primeiros anos de vida do Tiago.
Criei este universo imaginário em histórias que escrevia para futuramente lhe contar. Mais tarde veio a gravidez de uma menina e as histórias ganharam um novo personagem…
Os personagens principais chamam-se Príncipe Tiago Caracolinhos e Princesa Joaninha Pigoita, porque é assim o cabelo do meu filho, não há «volta a dar»!
Joaninha porque ela nasceu prematura (com 36 semanas) e Pigoita porque foi o petit nom que o mano lhe deu. Por isso o logótipo do Reino é um caracol com o padrão e as cores de uma Joaninha
O meu Reino é antes de mais um tributo aos meus dois filhos.

Como foi essa passagem do blog (www.reinojacheguei.blogspot.com) para a publicação do livro e venda de produtos?
Os personagens do livro baseiam-se num estudo genealógico que fiz da nossa família. Assim, alguns dos personagens destas histórias têm cognomes que foram na realidade alcunhas de antepassados nossos: Ri-te Ri-te, Tangerina, Cheira m’a Ninhos, etc.
Foi assim que as nossas Histórias foram surgindo... A família e amigos gostaram muito das histórias e da relação que os personagens tinham com os nossos antepassados. Depois de publicar algumas histórias no blog e como a aceitação e o pedido de mais e mais textos ia aumentando, resolvi fazer uma publicação de autor em que os textos foram complementados com as minhas ilustrações.
Posso assim dizer que o livro «História e Histórias do Reino Já Cheguei» é um Reino de fantasia que tem sempre algo de verdadeiro, pois tem raízes na realidade e que florescem no mundo do fantástico...
Como me começaram a pedir bonecas para as várias personagens dos livros, porta-chaves, etc., fui satisfazendo os pedidos conforme fui podendo, normalmente faço um grande stock durante o mês de Agosto que depois vou vendendo ao longo do tempo.
O best seller são sem dúvida as Pigoitas, umas bonequinhas sorridentes e aromatizadas. Os tecidos foram também transformados em Mimonstros, Pa-Tarecos, Bichanos, Pirralhitus, Amôras, etc. alguns são personagens do livro e outros não. Alguns destes nomes foram escolhidos pelo meu filho.
Agora as ideias fervilham e são muito mais do que o tempo que disponho para as concretizar...
Penso que consigo transportar as crianças e mesmo os adultos para um Reino encantado (como havia no meu tempo de criança), um Reino cujos habitantes se chamam jacheguineses.
Para além dos maravilhosos prados do Reino Já Cheguei, existem pântanos, uma Floresta Encantada, criaturas assustadoras e outras que nem por isso, e uma família real muito especial cujo Príncipe Tiago Caracolinhos (que tem o dom de conseguir comunicar com caracóis) e a sua irmã Princesa Joaninha Pigoita tornam ainda mais especial e original...
Este Reino remete-nos assim para o imaginário infantil com todas as fadas, bruxas e dragões a que se tem direito.
As histórias do livro são contadas pelo Guizito o cronista do Reino. Para isso, ele faz pesquisas, participa em eventos e muitas vezes até tem que usar o seu Potezinho de Segredos Cósmicos para alcançar este objectivo quando escutar atrás das portas não é suficiente...
Foi editado em edição de autor em Junho de 2008, já vendi mais de 200 exemplares online.
É uma edição print on demand em que desde as ilustrações à encadernação é tudo feito por mim com a excepção do corte das cartolinas que constituem as páginas, e das capas.
Os livros são vendidos dentro de um saquinho de tecido e têm um guizito pendurado.

Qual seu sentimento em relação a essa realização? Valeu a pena?
Claro que valeu. Trata-se antes de mais de um registo genealógico da nossa família transformado em histórias infantis. Sou eu, a minha família e tudo o que consegui juntar e transformar… compilado num livro e em bonecos de tecido que vendo. Estou muito orgulhosa do meu trabalho.
E sua família o que pensa sobre tudo isso?
A nossa família está atenta e colabora, sabe que é um trabalho de qualidade e compreende o esforço e o tempo que dedico ao tema.
Algumas palavras para as outras mães? .. ( palavras de coragem, de fazer com que elas também possam fazer aquilo que querem, de ter um tempo para si e realizar algo, por mais simples que seja.)

Penso que o mais importante é sonhar e tentar concretizar esses sonhos. É importante a motivação que a família dá, mas parte de nós a vontade de continuar. A meu ver, pode até ser terapêutico… criar algo, vê-lo nascer e crescer das nossas próprias mãos por mais simples que seja é como pôr um pouco de nós no que fazemos. É darmo-nos aos outros e realizarmo-nos simultaneamente.
Costumo dizer que se não tentarmos nunca saberemos se o vamos conseguir, assim mais vale tentar do que mais tarde nos arrependermos de não o ter tentado

1 comentário:

Glória disse...

Uma grande mulher de coragem e força interior. Parabéns